Ninguém poderá entrar em audiência de processo contra mãe de vítima da Kiss nesta quinta em Santa Maria
Na tarde desta quinta-feira (6), no Fórum de Santa Maria, ocorrerá mais uma audiência do processo cível contra a aposentada Ira Mourão Beuren, mãe de Silvio Beuren Junior, o Silvinho, que morreu na tragédia da Boate Kiss aos 31 anos. Ela é processada pelo ex-promotor do Ministério Público João Marcos Adede y Castro e pelo filho dele, o advogado Ricardo Luís Schultz Adede Y Castro, por injúria, difamação e falsidade ideológica. O processo foi instaurado devido a um artigo publicado em um jornal de Santa Maria, de autoria da aposentada.
A audiência desta quinta-feira irá ocorrer na 2ª Vara Cível de Santa Maria, às 15h, quando será ouvido o delegado de Polícia Civil Marcelo Arigony. A pedido da acusação, o juiz Carlos Alberto Ely Fontela determinou que “não seja permitida a entrada de pessoas alheias ao feito, admitindo-se apenas a entrada das partes e seus procuradores”. Ele pediu ainda “que seja requisitada força policial para garantir a segurança dos autores e seus procuradores nas dependências do Fórum”. A justificativa do magistrado é devido a “na audiência anterior, realizada na data de 07/02/2017, o autor Ricardo quase foi agredido, ao final da solenidade, por uma mãe de vítima, integrante da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM). Pelo despacho do juiz, a entrada na sala da audiência será permitida “somente às partes, procuradores, testemunha a ser inquirida e serventuários da justiça” e que “tal medida deve-se à incumbência de ser mantida a ordem e decoro na audiência”, com reforço da segurança.
Nesse processo cível, ainda em fase de instrução, a acusação pede uma reparação financeira da mãe e que a sentença depois seja publicada no mesmo jornal em que saiu o artigo que originou a ação. A ré é defendida pela advogada Patrícia Michelon.
A entrada na sala de audiências será seletiva, mas o ingresso no prédio do Fórum de Santa Maria terá livre acesso. As pessoas, em princípio, também poderão ficar no corredor, do lado de fora da sala. ”É um absurdo. Estamos cerceados no nosso direito de ir e vir, expresso na constituição federal de 1988. Não ameaçamos ninguém, só estamos lutando por Justiça, com uma enorme dor no peito por terem tirado nossos filhos de perto de nós”, diz o presidente da AVTSM, Sergio da Silva.
Foto: Arquivo Histórico Municipal